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Para 57% das startups de inteligência artificial, falta de mão de obra qualificada ....

é o que mais prejudica o crescimento da tecnologia no Brasil

Para entender o atual momento da inteligência artificial no Brasil, foi lançado um estudo “O Impacto e o Futuro da Inteligência Artificial no Brasil”. A pesquisa ouviu as principais dores dos fundadores para escalar a criação e o uso da tecnologia no país, apostando que um salto exponencial pode tornar o Brasil uma superpotência. Segundo um estudo, é estimado que a IA gere US$ 13 trilhões no mundo até 2030, mesmo ano em que se espera um aumento de 5% no PIB da América Latina em virtude de uma maior adoção da tecnologia.


Fizemos o estudo para entender o estágio da IA no Brasil e para pensar o amanhã, que está sendo escrito agora em código e na legislação, com o avanço das questões regulatórias. Entre os assuntos problemáticos mapeados pela iniciativa estão falta de mão de obra qualificada, cenário regulatório e diversidade.


O levantamento contou com dados sobre o ecossistema de 702 empresas que desenvolvem a tecnologia no Brasil, oriundos do relatório de inteligência artificial do Distrito de 2021. Além disso, foi feita uma pesquisa quantitativa com 49 startups e 11 entrevistas em profundidade com fundadores e especialistas sobre o tema. Das empresas, 223 atuam de forma multissensorial, ou seja, atendem diversas verticais e categorias, trabalhando como AIAAS (A.I. as a Service) (34%), B.I. e analytics (31%) e chatbot (19%). As outras 479 são chamadas verticais e atuam dentro de categorias específicas, sendo 12% em biotecnologia e saúde, 10% em RH e gestão empresarial e 9,5% em indústria 4.0, agricultura e comida.


De acordo com o material, são oito os principais entraves atuais do ecossistema de inteligência artificial no Brasil. Entre eles, estão falta de mão de obra qualificada, fuga de talentos, cenário regulatório incipiente, reputação do termo IA, falta de letramento tecnológico, dados sujos e falta de compatibilidade comercial (quando o cliente não entende do que se trata a tecnologia e como pode se beneficiar dela). Os vieses (geográficos, de gênero, raça, orientação sexual) também foram apontados como uma dor das empresas. Por exemplo, 93% das startups entrevistadas estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste e apenas 25% das empresas têm algum processo focado em diversidade.


Cenário regulatório


Apesar de discussões já estarem acontecendo na esfera federal, com o Projeto de Lei 21/20, o Marco Legal da Inteligência Artificial, em tramitação na Câmara dos Deputados, o levantamento mostra que as startups têm pouco conhecimento sobre o tema, mas que gostariam de ser ouvidas na criação da legislação para que novos entraves não sejam impostos no desenvolvimento da tecnologia. Apenas 4% das startups entrevistadas conhecem o projeto de lei, mas 43% concordam que a regulação é muito ou extremamente importante para o desenvolvimento da categoria no Brasil. Existe medo da parte dos empreendedores de não serem consultados e de a regulação não ser benéfica.



Foco no B2B


Segundo o estudo, 85,7% das startups entrevistadas que desenvolvem tecnologia de inteligência artificial trabalham no modelo de negócios B2B, ou seja, criam soluções para outras empresas utilizarem. Para os condutores do relatório, o dado levanta a questão sobre como essa escolha pode dificultar o entendimento do que é IA pelo consumidor final e a adoção das tecnologias por ele.


Déficit de talentos


Entre as startups que participaram do estudo, 57% afirmam que a falta de mão de obra qualificada é o que mais prejudica o crescimento de IA no país e 37% acreditam que é a fuga de capital humano. Segundo outro levantamento realizado em 2021, 44% das vagas em tecnologia não foram preenchidas naquele ano por não encontrar a competência buscada. Essa situação deve se repetir nos próximos anos.

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