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Mercado financeiro estima rombo fiscal superior à projeção do governo

Ministério da Fazenda estabeleceu meta fiscal zero, mas é necessário arrecadar mais de R$ 150 bilhões para alcançar objetivo


Foto: Seu Dinheiro


O mercado financeiro prevê um déficit no orçamento em 2024 superior à estimativa do governo Lula. A perspectiva do Ministério da Fazenda é de que o déficit primário chegue até 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.


Mas, para instituições e órgãos as projeções do rombo fiscal variam de 0,7% a 1,1%.

O governo estabeleceu meta fiscal zero, ou seja, o saldo entre as receitas e despesas, sem considerar gastos com juros da dívida, é zero.


Mas, para isso, será necessário uma arrecadação de R$ 168,5 bilhões a mais para alcançar a meta de 2024.


De acordo com as regras do arcabouço fiscal, o resultado primário das contas públicas terá um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos.

A perspectiva do governo é de um déficit primário de até 1,1% do PIB, enquanto instituições e órgãos financeiros projetam um rombo de 0,7% a 1,1%.


Análise do mercado financeiro


O governo deve arrecadar um terço dos R$ 168,5 bilhões necessários.


O mais importante do que a meta zero é o cumprimento do arcabouço, que introjetou uma espécie de plano B. É possível não cumprir a meta desde que mostre que fez todos os cortes possíveis no chamado contingenciamento e que o compromisso com a meta fiscal foi mantido.


Nas avaliações de Bradesco, Itaú, Santander e XP, o déficit deverá chegar a 0,8% do PIB. A projeção de déficit é de 0,7%. O governo deve arrecadar apenas R$ 80 bilhões dos R$ 168,5 bilhões necessários.


Fica em aberto se o governo vai propor uma mudança da meta ou não para fugir dessa punição do não cumprimento da meta.


Os avanços que o governo está conseguindo no Congresso em aprovar a pauta tributária para fechar o orçamento são mais importantes politicamente do que fiscalmente.


A perspectiva de arrecadação é de R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões, mas há um volume muito maior de recursos no orçamento, cerca de R$ 130 bilhões, que precisa de muito mais segurança para que nos aproximemos de um resultado mais próximo de zero.

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