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Foto do escritorLitoral Contabilidade

Em meio à crise, empreendedores optam por abrir lojas ou expandir negócios

Atualizado: 25 de ago. de 2020

Mesmo diante das dificuldades impostas por tempos de isolamento, empreendedores investem alto em meio à pandemia causada pela Covid-19



Enquanto muitas empresas não conseguiram sobreviver à crise

econômica provocada pelo novo coronavírus, outras estão investindo alto e

iniciando seus desafios na contramão da crise. Na Zona Sul, há exemplos nos

segmentos de moda, gastronomia e decoração.


Além de disposição financeira, é preciso coragem para inaugurar ou expandir

negócios em tempos considerados difíceis. De acordo com Antonio Florencio de

Queiroz Júnior, presidente da Fecomercio-RJ, cerca de 98% dos empreendimentos

de comércio e serviços no estado do Rio são micro ou pequenas empresas, geram

até nove empregos e se mantêm a partir do que faturam a cada dia. Para ele, novas

oportunidades continuarão a surgir.


Sempre ouvimos falar que crise é sinônimo de oportunidade. E este momento

não é diferente. Por isso, não descuidamos do foco na saúde das pessoas, mas

investimos muito em esclarecimentos e apoio para que as novas lojas cumpram

todos os protocolos sanitários e garantam a segurança de seus funcionários,

clientes e fornecedores — diz Queiroz Júnior.


Finanças reorganizadas e guinada para linha home


A grife carioca Atelier Chilaze inaugurou uma loja-conceito na Galeria Ipanema

2000. A expansão já estava prevista, mas foi levada adiante mesmo frente a

dificuldades. Antes da pandemia, as irmãs Claudia e Sandra Chilaze, que

comandam o negócio, esperavam recuperar o investimento em sete meses. Elas

reorganizaram as contas e deram uma guinada para investir cada vez mais na linha

home. Agora, continuam otimistas e acham que terão que aguardar só mais um

pouco para colher os frutos do negócio.


Percebemos a pandemia como oportunidade. Claro que ela impactou nosso

business. As vendas só não caíram 90% porque a nossa linha home cresceu com o

interesse das clientes em cuidar mais da casa.


Foram quase quatro meses fisicamente fechados, mas vimos a pausa como uma

etapa construtiva para planejar a expansão. Chegamos a um patamar de 75% de

queda — afirma Sandra Chilaze, diretora-comercial da grife.

A empresa familiar, que foi fundada em 1946 pelo imigrante sírio Salim Chilaze,

já está na quarta geração. Claudia, diretora-criativa, diz que preferiu manter os

artesãos trabalhando, tanto os internos quanto os espalhados pelo interior do país,

com os devidos cuidados sanitários.


Eles precisam comer, pagar boletos. Se todos fecham as portas durante a

pandemia, o treinamento dado a eles vai para o brejo, pois investimos em

capacitação, e leva tempo para montar essa cadeia produtiva — explica.

Na Rua Rainha Guilhermina 249, no Leblon, a Margaux Eyewear, que

comercializa óculos feitos à mão a partir de matéria-prima italiana, inaugurou um

espaço graças à queda no valor do aluguel da loja.


A ideia é medir o potencial da marca e do mercado. Com o preço convidativo,

achei que era a hora de sair só do e-commerce, que existe desde 2013, e ir para um

espaço físico — diz Rosana Gondim, proprietária da grife.


Café inaugurado na Rua das Palmeiras é novidade


Uma novidade e tanto foi inaugurada na Rua das Palmeiras 26, em Botafogo.

Inspirado nos “cat cafés” surgidos na Ásia, principalmente no Japão, em que os

bichos chegam a circular pelas mesas, o Gato Café chegou movimentando o

pedaço e atraindo olhares curiosos. A arquiteta Giovanna Molinaro, que antes trabalhava com cenografia, diz que não pensou em desistir da ideia mesmo quando se viu tendo que tocar seu plano de negócios em meio à pandemia de Covid-19.


Acreditamos no conceito e no projeto. Por isso, resolvemos seguir adiante.

Posso dizer que a frequência está bem legal e até acima do que eu esperava para

este início — conta Giovanna, que investiu cerca de R$ 200 mil e planeja

recuperar o investimento em 11 meses.


A maior parte das novidades, sem dúvida, tem sido percebida na área de gastronomia. Sócio da Trattoria Carioca, Victor Vidal explica que resolveu investir no negócio, ao lado de dois amigos, porque, com a chegada da pandemia, foi obrigado a colocar em segundo plano a agência de brand experience e de eventos que toca em parceria com Vitor Salamoni.


Com a paralisação dos eventos, vimos que era a hora de empreender de novo. Armando Freitas, nosso amigo de infância e chef da Trattoria Carioca, começou a

vender para o público em geral as massas que já produzia, mas que fornecia

apenas para restaurantes da cidade. Ele tocava a operação sozinho e decidimos nos unir a ele. Reposicionamos o negócio e, no final de março, relançamos a Trattoria Carioca. Realocamos os funcionários da agência, que estavam parados, e até aumentamos os salários com as novas funções que passaram a exercer dentro da operação de restaurante — explica Vidal.


Por enquanto, o foco é total no delivery. Hoje, eles atendem, em média, a 50 pedidos por dia, entre massas e pizzas. Tiveram um aumento de 350% no faturamento em três meses de operação.


Outro negócio que começou em plena pandemia foi o da hamburgueria Três

Gordos, que surgiu através de três lojas pop-ups dentro do iFood e totalmente no meio digital. O investimento para o negócio foi zero, pois os sócios utilizaram a estrutura do T.T. Burger, o irmão mais velho. André Meisler, um dos sócios, conta que a ideia estava engavetada há seis meses.


Muito provavelmente a implantação seria colocada em prática no segundo semestre deste ano com toda a calma. O que fizemos foi simplesmente abandonar a calma e adiantar isso. Obviamente, criar uma marca inteira com branding, produto, conceito, logística e operação em duas semanas é muito difícil para a maior parte das empresas que colocam o cliente em primeiro lugar. Sobre os lucros, aumentamos em 30% a receita do T.T. Burguer — explica Meisler, que tem Douglas Martins e Thomas Troisgros como parceiros na empreitada.


Ex-funcionários do lendários Antiquarius, que fechou a porta há dois anos, abriram o o Gajos D’Ouro, em Ipanema. Mais de 70% da nossa casa, do caixa ao estoque, da cozinha ao salão, são profissionais que trabalharam no Antiquarius, segundo André Vasconcelos, que ao lado de Antonio Menezes, o “Leitão”, está à frente da nova empreitada.





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