Litoral Contabilidade
16 de mai de 2022
Debêntures se destacam entre os instrumentos para captação de recursos.
Empresas direcionaram mais da metade dos recursos adquiridos com as debêntures para capital de giro e para refinanciamento de passivo FILEDIMAGE
As empresas brasileiras tiveram captação recorde no mercado de capitais no primeiro trimestre, de R$ 105,2 bilhões, de acordo com um relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O montante superou os R$ 102,8 bilhões levantados nos três primeiros meses de 2021 – à época, o melhor resultado de primeiros trimestres. Dentre os instrumentos utilizados para captação de recurso, as debêntures se destacaram tanto no trimestre quanto no ano.
A série histórica da Anbima mostra que esse instrumento apresentou a maior captação desde 2012 para um primeiro trimestre e as emissões em 2022 somaram quase o dobro dos três primeiros meses de 2021, na ordem de R$ 30,9 bilhões.
Ainda de acordo com relatório da Anbima, entre janeiro e março de 2022, as empresas direcionaram mais da metade dos recursos adquiridos com as debêntures para capital de giro e para refinanciamento de passivo.
Com relação aos acionistas desses títulos corporativos, os fundos de investimentos aumentaram seu apetite pelas debêntures, apoderando-se de 36,6% do volume, contra 24,7% no mesmo período de comparação.
Veja o histórico de emissões de debêntures no primeiro trimestre:
Captação por outras emissões
As notas comerciais mostraram-se também como uma alternativa à captação. As ofertas desses títulos movimentaram quase R$ 10 bilhões de janeiro a março. A desburocratização desse modelo de emissão, segundo a Anbima, permitiu que 25 empresas captassem nesse período.
Na prática, as notas comerciais funcionam como um título privado de dívida e o pagamento para os investidores é realizado com base na taxa de juros. Já no mercado de follow-ons, as empresas que realizaram ofertas subsequentes movimentaram R$ 6 milhões. Vale ressaltar que, no momento, não há nenhuma oferta em andamento e existem seis operações não precificadas em análise.
E no mercado externo, nenhuma operação foi registrada em março. O aumento dos juros das Treasuries (títulos da dívida americana), em razão das expectativas sobre a alta dos juros pelo FED (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), tende a encarecer essas operações para as empresas, apontou a entidade, desestimulando as emissões externas.
Cordialmente,
Litoral Contabilidade